Em Roma, sê romano
Neste caso “Nas Arábias sê árabe!”.
No meu post de 6.ª feira uma seguidora do Blog questionou-me como seria para nós, mulheres ocidentais, a sensação de visitar uma sociedade árabe. Digo-vos que é fácil, é giro e inteiramo-nos facilmente do seu modo de viver.
Antes de chegar ao Dubai tive indicações do meu marido, que se encontra presentemente lá a viver, do que deveria evitar de fazer. Coisas que nos poderão parecer absurdas, mas que no fundo deveremos entender (e acima de tudo respeitar).
As mulheres árabes vestem-se de preto, com burca ou não. Fazem-no para transmitir humildade. Será essa a intenção.
Eu tentei não fugir às suas normas, pois embora apesar de ser estrangeira poderiam entender algum tipo de provocação. Isso nunca, não seria a minha intenção. Tentei cobrir os ombros e os cabelos com lenços e echarpes em certas situações.
Por exemplo, em público, o casal não deverá demonstrar gestos de afetos (beijos, abraços, dar as mãos, etc).
Juro que na chegada no Aeroporto falhei. Aliás falhámos! Um beijo e um forte abraço foi a forma como nos cumprimentámos mal vi o meu marido (e ele afinal também se esqueceu).
Escapámos, ninguém nos disse nada, mas parece que por vezes os casais são alertados para se afastarem e não voltarem a repetir tais atos.
Apreciando as fotos que tirámos apercebo-me que temos várias abraçados. Habilitámo-nos, sim.
Na Mesquita de Shrek Zayed em Abu Dhabi, nós mulheres em termos de vestuário só poderemos entrar todas cobertas. Descalças, mas isso não será só naquela.
Os locais de oração também estão separados, por isso salas só para mulheres e do outro lado as dos homens.
Cuspir para o chão, mascar pastilha elástica são outras das restrições que os árabes impõem, sendo estas infrações sujeitas a multas. Acho muito bem. A cidade está limpa e não se vê nada no chão.
No Metro, apesar de termos utilizado exclusivamente a cabine Gold (menos gente, lugares sentados e menos confusão), apercebi-me de existirem cabines única e exclusivamente para mulheres e crianças. Nada de “misturas”!
Nos nossos passeios pela cidade ou mesmo na praia não tive qualquer problema.
É certo que nos olham e até nos podem admirar com uma certa atenção. Afinal somos estrangeiras, mulheres e denota-se perfeitamente que nós ali somos uma "novidade". Mas foi tudo de uma forma engraçada, discreta que me ajudou a sentir bem num pais com uma cultura tão diferente da nossa. Adorei!
Mas uma coisa é certa: também adoro regressar ao nosso Algarve.
Uma excelente 3.ª feira, amanhã encontramo-nos de novo. Fiquem bem.
Maria Cristina