O dom de ser mulher
- Maria Cristina Salgado
- 24 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Ontem ao fim da tarde, quando fui buscar o júnior à escola, uma mãe que estava ao meu lado chamou o filho, que vinha nas calmas até chegar à saída: “Despacha-te Daniel que a mãe tem uma consulta!” Sorri sem que ninguém se apercebe-se. Sabia bem o que ela queria dizer.
Certamente levantou-se cedo, e quase que aposto que em casa deve ter sido das 1.ªs a acordar.
Muito provavelmente tratou do filho, ou de mais do que um, despachou-se a ela e ainda deve ter adiantado algo para o almoço…mesmo que ela seja a única que não vai almoçar a casa.
Se o relógio permitiu, ainda pensou no jantar e de visita ao frigorífico tirou aquela peça de carne ideal para guisar. Sempre evita ter de a descongelar no microondas quando chegar a casa.
O cesto com roupa para estender ficou sem nada. Conseguiu estender a máquina de roupa que tinha feito na noite anterior.
Pareceu-me uma mãe que trabalha (dentro e fora de casa), que tem uma profissão. Cumpriu os horários, os estipulados e os extras nas voltas que teve de dar.
Tanto ela como eu ainda estávamos a meio do dia. Ela levava o filho com ela a uma consulta que tinha marcada.
Sinceramente não vejo o pai, caso tivesse uma consulta, levar o filho com ele. Difícil e até tenho Ideia que quando chegasse a casa estaria cansadíssimo pois tinha estado, depois de um dia de trabalho, aproximadamente 1h30m à espera de ser atendido. Terrível! A mãe do meu lado não. Com ela isso não devia acontecer. Tudo se consegue!
Na sua chegada a casa já tudo predefinido do que teria de fazer. E faz, e consegue fazer, talvez por ser mulher.
Neste caso estive a ver de fora. A ver aquilo que se passa com a maioria de nós, mas que nos dá um valor tão grande, esta capacidade que temos de conseguir, conseguir tanta coisa.
Será um dom que Deus nos deu? O dom de ser mulher? Se foi obrigada, porque gosto muito de ser assim.
Por hoje, julgo que todas merecemos um dia feliz, certo. Beijo.
Maria Cristina















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